quarta-feira, 19 de maio de 2010

Textos e livros misteriosos - parte 2

Evangelhos Gnósticos

Também conhecidos como a biblioteca de Nag Hammadi, os Evangelhos gnósticos são uma coleção de livros feitos em couro que datam do século IV. Eles compõem os textos principais do Gnosticismo, uma ramificação do cristianismo que existe desde o século II, cujos seguidores acreditam que a verdadeira salvação vem através de um profundo auto-conhecimento e da compreensão de uma realidade mais elevada.
Os Evangelhos Gnósticos, que apresentam volumes como "O Evangelho de Tomé", "O Evangelho de Maria Madalena", e até "O Evangelho de Judas", foram descobertos em 1945 por um casal de agricultores em Nag Hammadi, no Egito. Eles haviam sido postos em um jarro e enterrados séculos atrás, provavelmente por um religioso, na esperança de escondê-los da igreja cristã ortodoxa que os considera hereges. Os livros passaram por muitos proprietários diferentes, e foram até mesmo vendidos no mercado negro, só sendo finalmente traduzidos nos anos de 1970. Desde então se tornaram populares textos filosóficos. Esses Evangelhos são bastante controversos, pois mostram situações que não são encontradas na Bíblia, e atribuem declarações a Jesus que não aparecem no Novo Testamento.
A descoberta desses textos antigos provocou um intenso debate nos círculos religiosos e acadêmicos. Alguns alegam que os livros não são nada mais do que mentiras heréticas, enquanto outros têm argumentado que os evangelhos gnósticos deveriam ser considerados verdadeiros, nos mesmos termos da Bíblia.


Link da imagem: http://www.toptenz.net/wp-content/uploads/2010/04/The-Gnostic-Gospels.jpg



O Manuscrito Voynich

De todos os textos misteriosos que foram descobertos ao longo dos anos, talvez nenhum seja tão famoso como o Manuscrito Voynich, escrito por um autor anônimo em uma língua desconhecida, e que tem confundido todos aqueles que já tentaram traduzí-lo. Criado no século XV, passou por várias mãos antes de chegar a um comerciante polonês chamado Wilfrid Voynich, em 1909. Após a morte de Voynich, o manuscrito se tornou um tema de fascínio para criptógrafos e linguistas, muitos dos quais passaram anos estudando a linguagem misteriosa do livro. Existem diversas teorias sobre o texto do manuscrito Voynich, e mesmo sendo exaustivamente analisado, até hoje nada se sabe ao certo. Devido à existência de desenhos de plantas e jarros no livro, acredita-se que ele seja um manual sobre medicina ou alquimia, mas essa também é apenas mais uma teoria.
Por ser tão resistente à tradução, o manuscrito Voynich tem sido inevitavelmente considerado por muitos como uma brincadeira, feita somente para enganar. Mas os críticos dessa teoria argumentam que a sintaxe do livro é muito sofisticada para ter sido falsificada. Ainda assim, nenhum desses argumentos é conclusivo. A datação por carbono realmente prova que o manuscrito é do início do século XV, mas a sua origem e a sua finalidade ainda permanecem um enigma.


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O Codex Gigas (Códice Giga)

O Codex Gigas (vem do latim, e significa “livro gigante”) é considerado o maior manuscrito medieval existente no mundo todo. Foi criado no início do século XIII, provavelmente no mosteiro beneditino de Podlažice, na República Checa. Atualmente está preservado na Biblioteca Nacional da Suécia, em Estocolmo. É também conhecido como a Bíblia do Diabo, devido a uma grande figura do diabo no seu interior e da lenda em torno da sua criação.
O codex tem capas em madeira revestidas em couro e ornamentadas com metal. Tem 92 centímetros de altura, 50 centímetros de largura e 22 centímetros de espessura, sendo constituído por 310 folhas de velino (uma espécie de pergaminho), mas há indícios de que algumas páginas tenham sido retiradas da versão original. Pesa cerca de 75 kg e o velino nele usado foi elaborado a partir de pele de vitelo (ou pele de jumento, segundo algumas fontes), num total de 160 peles usadas para formar o livro completo.
Segundo a lenda, o autor dessa obra foi um monge que quebrou os votos monásticos, e foi condenado a ser murado ou emparedado vivo. A fim de evitar esse severo castigo, ele prometeu a criação, em uma única noite, de um livro que glorificaria o mosteiro para sempre e que incluiria todo o conhecimento humano da época. Perto da meia-noite, o monge teve a certeza que não conseguiria concluir a tarefa sozinho e, por isso, fez uma oração especial, não dirigida a Deus, mas ao diabo, pedindo-lhe que o ajudasse a terminar o livro em troca da sua alma. O demônio teria aceitado e concluído o manuscrito do monge, e foi acrescentada uma imagem do diabo ao livro como agradecimento pela sua ajuda.
Apesar desta lenda, o códice não foi proibido pela Inquisição e foi analisado por muitos estudiosos ao longo dos tempos.
Lendas à parte, estudos mais recentes comprovaram, através de análise caligráfica, que o livro foi todo escrito por uma única pessoa, e que teriam sido gastos mais ou menos 30 anos para completar a obra.
O codex inclui toda a versão Vulgata Latina da Bíblia, exceto os livros de Atos dos Apóstolos e Apocalipse, provenientes de uma versão pré-Vulgata. Estão também incluídos a enciclopédia "Etymologiae" de Isidoro de Sevilha, "Antiguidades Judaicas" e "Guerras dos Judeus" de Flávio Josefo, "Chronica Boemorum", de Cosmas de Praga e vários tratados sobre medicina. Pequenos textos completam o manuscrito: alfabetos, orações, exorcismos, um calendário com as datas de celebração de santos locais, registro de acontecimentos relevantes da época e uma lista de nomes, possivelmente de benfeitores e de monges do mosteiro de Podlažice. Todo o documento está escrito em latim.


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Link da imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/Codex_Gigas_devil.jpg

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